quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

NADA ERA NADA MESMO


O Nada é um tipo de ideia da consciência, um vazio que faz o ser fugir, escapar de si mesmo em busca de algo para preencher-se?! Ou o Nada significa o vazio que há fora da gente, independente de pensamento ou ideia?! As coisas concretas são imagens que habitam nosso pensamento, como ideias, fazendo movimentos constantes para existirmos, sermos humanos estando na realidade que nos cerca! O poeta João Cabral de Mello Neto escreveu " Os vazios do homem, ainda que sintam a uma plenitude .....contêm nadas, contêm apenas vazios: (...)os vazios do homem ou o vazio inchado: ou o vazio que inchou por estar vazio"!
Escrever preenche esse vazio, um nada pertencente à natureza do ser existente; um "vazio inchado" pelo nada que é a consciência, que pesa por querer estar em movimento de ideias! A Liberdade do ser empurra à ação de idealizar frases, um paradoxo do ser humano; esta condição humana antagoniza com o ser das coisas materiais, pois realizar a escrita é expressar a imaterialidade do pensar, que se faz real por estar delineada em letras na tela (ou papel).
Pensar as palavras deixadas pelos pensadores ajuda muito; o filósofo Montaigne escreveu em seu ensaio "Filosofar é aprender a morrer": "Qualquer que seja a duração de nossa vida, ela é completa. Sua utilidade não reside na quantidade de duração e sim no emprego que lhe dais. Há quem viveu muito e não viveu. Meditai sobre isso enquanto o podeis fazer, pois depende de vós, e não do número de anos, terdes vivido bastante"! Pois é, a ação de viver depende de como agimos para fazer-se presente, a morte sempre espreita como um nada a visitar o real e esvaziar tudo.

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

TUDO SENTIMENTALISMO


Solidariedade e fraternidade são palavras repetidas no fim de qualquer ano, junto com a esperança e o amor, formam frases bonitas e bem aceitas por todos, numa massificação de sentimentos; artificializando os comportamentos momentaneamente. Depois, em relances da vida, voltam os repetidos desfavores, arrogâncias, violências verbais e físicas, voltam as deselegâncias da péssima educação no trânsito; nas filas de bancos e supermercados reaparecem os desrespeitos aos idosos, grávidas e deficientes físicos, e todos nós, de um modo geral, calamos e silenciamos. Como se o ser humano fosse máquina automatizada, que funciona de acordo às necessidades repentinas e passageiras. E por aí vai...

É preciso mais reflexões, mais idéias de mudança e, principalmente, atitudes. Agir mais em direção de uma possível transformação, mais próxima e real; deixar sentimentalismos fajutos e pensar com ação (em ação!). Chega de esmolas sentimentais, de sentir peninha, chega de contribuir com choros e nada mais. Melhor agir de fato, produzindo de verdade ações constantes todos os dias do ano (ou seja lá como se queira denominar o tempo)!

Tomara que esse pequeno texto, neste pouco espaço, em tão raro tempo, não seja mais um sentimentalismo barato do "Quanto vale ou é por quilo?"; tomara que não!!