sábado, 29 de novembro de 2008

Negros e brancos

PesquisaIpea: População de negros e brancos quase se iguala, mas desigualdades continuam Publicado em 09.09.2008, às 18h09
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A diferença entre o número de brancos e negros na população brasileira diminuiu entre os anos de 1996 e 2006, segundo o estudo Retrato das Desigualdades de Gênero e Raça, divulgado nesta terça-feira (9) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Se em 1996 o total de brancos correspondia a 55,2% (85.261.961) da população e o de negros a 44,7% (68.929.113), em 2006, o total passou a ser de 49,7% (93.096.286) de brancos, frente a 49 5% (92.689.972) de negros.
A representante do Fundo das Nações Unidas para as Mulheres (Unifem) Maria Inês Barbosa acredita que o crescimento da população negra não tem a ver apenas com o crescimento demográfico do país e, sim, com a melhoria na auto-estima dessa parcela da população.
Desde a década de 80, houve uma reafirmação da identidade negra. Isso provocou uma mudança entre as pessoas que antes se consideravam pardas e, agora, se assumem negras, afirmou. A esse fenômeno, ela deu o nome de queda do embranquecimento [da população]".
Maria Inês acrescenta que é importante, em sociedades marcadas por desigualdades de raça, gênero e classe, ter dados que possam impulsionar políticas públicas para superar as desigualdades.
Se no total da população há equilíbrio entre negros e brancos, as desigualdades em relação educação ainda permanecem. Segundo o Ipea, brancos e negros estão próximos quando analisada a inclusão no ensino fundamental. Há dois anos, 95,7% das crianças brancas cursavam os primeiros anos da escola. Já entre as negras esse índice era de 94,2%.
Entrentato, na análise sobre a inclusão no ensino médio, as diferenças se ampliam. São 58,4% de brancos e 37,4% de negros. O pesquisador do Ipea, Jorge Abrahão, afirma que o crescimento econômico não provoca diminuição da desigualdade entre negros e brancos.


09/09/2008 - 16h26
Número de pessoas que se declaram negras chega a 47%, aponta Ipea
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da Folha Online
Entre 1993 e 2006, o número de pessoas que se consideram negras subiu de 42% para 46%, segundo pesquisa divulgada pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). Os dados fazem parte da pesquisa "Retrato das Desigualdades de Gênero e Raça", obtidos a partir dos números da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio) divulgados hoje.
Os números variam em todas as áreas e grupos. "Este fenômeno ocorre em praticamente todas as faixas etárias, indicando que não se trata de uma questão geracional de auto-afirmação e nem tampouco de um fenômeno eminentemente urbano, mas sim de uma tendência observada em toda a população".
O envelhecimento do brasileiro também é uma tendência observada, mas os negros ainda vivem menos. Em 2006, enquanto 9,3% das mulheres negras tinham 60 anos ou mais de idade, as brancas idosas eram 12,5% do total.
Há 15 anos, as negras idosas eram 7,3% de seu grupo, e as brancas 9,4%. "Apesar de a expectativa de vida da população ter aumentado, as desigualdades entre os grupos permanecem", concluem os pesquisadores.
Com os homens negros, ocorre o mesmo: em 1993, os negros com 60 anos ou mais eram 6,5% de seu grupo, passando para 7,8% em 2006. Entre os brancos, a porcentagem varia de 8,2% para 10,6%.
"Esta constitui, portanto, uma das mais perversas facetas das desigualdades raciais existentes em nosso país, pois as únicas justificativas para essas diferenças residem nas piores condições de vida a que negros e negras são submetidos", afirma a pesquisa.

As desigualdades não diminuem tão rapidamente quanto o crescimento do país porque as políticas públicas fazem recorte por renda e não por gênero ou raça, disse. Fora isso, a renda pode aumentar, mas se está relacionada a fatores como escolaridade, e esse conjunto da população não alcança esse fatores, ele não atinge a renda, completou Abrahão.
O levantamento divulgado pelo Ipea teve como base os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 1993 a 2007. O trabalho traça um perfil sobre diferentes temáticas relacionadas s desigualdades de sexo e de raça. São abordados temas como população, chefia de família, educação, saúde, previdência e assistência social, mercado de trabalho, trabalho doméstico remunerado, habitação e saneamento, acesso a bens duráveis e exclusão digital, pobreza, distribuição e desigualdade de renda e uso do tempo.
Fonte: Agência Brasil
09/09/2008 - 13h29
Negros vão menos à escola e têm salários menores que brancos, mostra Ipea

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